Entre o Mar de Quiaios e o coração da Serra da Boa Viagem
O percurso "Entre o Mar de
Quiaios e o coração da Serra da Boa Viagem", é um pouco exigente pela sua
altimetria, mas deslumbrante pela sua paisagem.
Inserido no corredor entre as Zonas Dunares e a serra,
desenvolve-se ao longo de cerca 18 km, e tem um formato circular.
Durante a Idade Média, a região de Quiaios foi
protegida por uma fortaleza, que foi construída para defender a costa de
ataques de piratas. Com o passar dos anos, a fortaleza foi sendo destruída e a
região passou a ser ocupada por comunidades de pescadores, que aproveitaram os
recursos do mar.
No início do século XX, com o desenvolvimento do turismo na região da Figueira da Foz, a Praia de Quiaios começou a ser frequentada por banhistas e turistas, que se encantavam com a beleza da praia e das paisagens naturais circundantes.
O mar com ondulação forte é muito apreciado pelos praticantes
de surf e bodyboard.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) é responsável
pelos trabalhos de reforço e estabilização do cordão dunar entre as praias de
Quiaios e Murtinheira, bem como do prolongamento do passadiço e a colocação de
regeneradores dunares.
Lentamente começamos a caminhar pelos longos
passadiços que protegem as frágeis dunas e assim chegámos à Murtinheira, sob o
olhar acolhedor da Serra da Boa Viagem.
Iniciamos a subida para o cimo da povoação onde
encontramos a capela do Senhor dos Aflitos.
O percurso traçado permite descobrir a biodiversidade da serra e as particularidades geológicas da Área Protegida do Monumento Natural do Cabo Mondego.
No que concerne à vegetação, a associação
mediterrâneo-atlântica possibilita uma diversidade florística notável, onde se
destacam o carvalho-português, a aroeira, o pilriteiro, o abrunheiro-bravo, o
sanguinho-das-sebes e o pinheiro-bravo.
Embora a infestação de acácias seja uma presença
constante.
Este curso de água, que seca completamente com a falta
de chuva, mas que nos invernos chuvosos constitui uma admirável queda de água,
cujo leito apresenta interessantes formas dos depósitos calcários que descem da
serra.
Não seguimos o "Fun Trak" e descemos por um
trilho ingreme de pedra rolada, onde os bastões são uma preciosa ajuda.
Um pouco mais á frente encontramos o PR 3 FIG, que está com muitas marcações destruídas. Continuamos o nosso percurso por curiosos estratos geológicos, em formato de degraus.
A alcalinidade da ribeira
que nasce na encosta da Serra da Boa Viagem deixa como que um rasto “vidrado”,
resultante do depósito do calcário no curso da água
A rota marcada
segue ao nosso lado por um bonito trilho.
Após a cascata cortamos á esquerda, continuando no PR
que não está marcado e entramos num parque de merendas abandonado.
Atravessamos a estrada alcatroada e seguimos por um
trilho ingreme coincidente com uma pista de BTT.
Um bom local para um merecido descanso e merendar.
Saímos da parte caminhando um pouco junto á estrada, para depois cortar a esquerda num caminho de terra, até ao Parque Florestal de Merendas.
Saímos da parte caminhando um pouco junto á estrada, para depois cortar a esquerda num caminho de terra, até ao Parque Florestal de Merendas.
Esta capela pertence à paróquia de Quiaios e a festa em honra de Santo Amaro realiza-se todos os anos no 1º Domingo depois do dia 15 de Janeiro.
O Plano de Gestão Florestal (PGF) da Serra da Boa Viagem, previa em 2020 acabar no prazo de 20 anos com as acácias, espécies invasoras que ocupam a maioria do coberto vegetal deste espaço natural.
Mais á frente reencontramos o PR3, que nos acompanha
até avistar o farol.
Chegamos a uma bifurcação em que um dos trilhos nos leva ao Farol do Cabo Mondego. Com 100 anos (1922) o edifício inclui uma torre central (de 9 metros de altura) ladeada por dois corpos longitudinais, destinados a alojamento dos faroleiros.
Ao longo dos anos foi beneficiado com
algumas inovações técnicas. Em 1988 o foral autonomizou-se definitivamente, o
que levou à supressão dos faroleiros.
Nos afloramentos
jurássicos do cabo Mondego, onde funcionaram as Minas de Carvão (as primeiras
do país) e foi explorada cal hidráulica,
é referenciado mundialmente como o único local no mundo, no qual, sob o
ponto de vista estratigráfico, se podem observar e estudar rochas com cerca de
170 milhões de anos.
São locais com registo sedimentar expressivo e com conteúdo elevado em amonites como testemunho da história da terra .
Aqui encontra as pegadas de
dinossauros mais antigas de Portugal (megalossaurídeos – espécies bípedes e
carnívoras), primeiramente descritas em 1884. num local
conhecido como "Laje do Costado".
Depois iniciamos a descida para a praia da Murtinheira
com o mar á vista.
E assim regressamos ao ponto de partida, caminhando pelos passadiços da praia, onde encontramos alguns simpáticos habitantes que fazem os seus passeios.
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