1ª etapa Grande Rota do Ceira: Coimbra a Segade
Com nascente localizada na Serra do
Açor, por
baixo do Pico (ou Cabeço) do Gondufo, junto à popular Aldeia de Xisto de
Piódão, a mais de mil metros de altitude, o rio Ceira rasga a montanha ao longo
dos seus quase 100 km, desaguando no rio Mondego, a montante de Coimbra. Ao
longo dos tempos, este rio contribuiu para a fixação da população,
incrementando a agricultura e a economia. No seu percurso vai regando terrenos,
acionando engenhos, providenciando alimento, água e abrigo à vida selvagem,
através das frondosas constituídas essencialmente por salgueiros, amieiros,
freixos, choupos-negros, sanguinho-de-água, sabugueiros e feto-real, entre
muitas outras espécies.
Passamos Ponte Pedonal do Rio Mondego e descemos até á sua margem esquerda onde os dois rios se encontram.
Retornamos junto da EN 17, designada por Estrada da Beira, onde existe uma passagem pedonal para o futuro metro de superfície.
Seguimos em direção à Igreja Paroquial de Ceira
e chegamos a Vendas do Ceira onde cruzamos o rio na ponte (EM 567), continuamos
pela margem esquerda visualizando ao fundo a ponte do Cabouco da A13.
Continuamos pelas ruas estreitas e pelo Centro Cultural da Boiça e Eira-Velha, até à Ponte da Boiça.
Na sua passagem o rio Ceira ainda dá vida
ao moinho de água que se mantém a funcionar, noutros tempos, as mulheres da
povoação adquiriam aqui a farinha acabada de moer para fazerem a tradicional
broa de milho, que acompanha a deliciosa chanfana (carne de cabra cozinhada em
vinho no forno de lenha).
Dado a sua singularidade, os amantes da
fauna fluvial poderão observar no final das tardes de Março/Abril um espetáculo
único em que as bogas dão graciosos saltos fora de água.
Neste início de primavera é comum assistir à preparação dos campos para as sementeiras.
Tentámos ir junto ao rio, por um antigo caminho entre hortas. Mas o pouco
uso deu lugar a uma vegetação cerrada
que fechou o trilho.
Neste lugar, devido à sua dimensão e à sua
orografia, existem duas capelas, uma situada ao meio do lugar, a capela de
Nossa Senhora da Saúde e outra no fundo do lugar, a capela de Santa Luzia.
Prosseguindo pela estrada, designada por Av. Vale dos Mochos - um troço de
alcatrão, com algum movimento e sem bermas, o que requer alguma atenção até à
cortada para Foz do Mosteiro.
Já estamos no concelho de Miranda do Corvo.
O Ceira corre no vale profundo, e nós começamos a descer com a consciência
de ter de subir novamente para chegar a Vale de Colmeias
Passamos por alguns viveiros de árvores, com a localidade de São Frutuoso na margem oposta do rio.
Atravessamos a povoação de Canas, com a sua singela capela e continuamos por
um caminho alcatroado até à localidade de Vale de Colmeias.
Saímos da povoação junto ao campo de futebol abandonado, seguindo junto a
umas estufas, entrando numa mata de eucaliptos
Após uma ingreme descida, cruzamos a estrada e entramos na localidade de Braços,
avistando novamente o rio.
Avistamos a praia fluvial, que está localizada
entre as localidades de Segade de Cá e Segade de Lá, pertencentes à freguesia
de Semide.
Excelente percurso, bem comentado e documentado.
ResponderEliminarParabéns