Palácio Sotto Mayor II
Entre as obras expostas, destaca-se o facto de algumas serem réplicas de peças icónicas do Museu do Louvre, em Paris.
O interior do palácio é uma celebração da arte de combinar metal, madeiras e estuques, criando uma atmosfera de riqueza e sofisticação.
As diversas salas oferecem aos visitantes visões deslumbrantes, com lustres de cristal e bronze, relógios, castiçais, estatuetas, além de porcelanas e telas dos renomados artistas já mencionados.
Merecem destaque também algumas peças de mobiliário e o magnífico vitral que
ilumina a escadaria nobre, uma das atrações desta «joia da arquitetura
romântica», da autoria de Bernard Champigneulle.
Também uma réplica de "Gloria Victis", que celebra a força de ressurgimento dos franceses após a guerra de 1870-71 contra a Prússia, é uma celebração do fim das guerras na Europa durante o séc. XIX e um marco do início da Belle Époque, com o gesto audaz de celebrar os "vencidos".
O edifício guarda um conjunto inestimável de pinturas murais
de António Ramalho Júnior (1859-1916), membro fundador do "Grupo do
Leão", bolseiro de artes em Paris, e por várias vezes foi medalhado pela
Sociedade Promotora de Belas Artes, pelo Grémio Artístico e nas célebres
Exposições Industriais. Faleceu repentinamente na Figueira da Foz enquanto
trabalhava na decoração do Palácio Sotto Mayor.
O prestigiado escritor Luís Cajão (1920-2008), natural da
Figueira da Foz, faz alusão a essa trágica morte no seu romance "A Magia
do Rosacórdio" (1991). Ambientado na cidade, o livro utiliza como pano de
fundo a melancólica paisagem do rio, do cais e da antiga seca do bacalhau,
sendo o proprietário do Palácio Sotto Mayor uma figura central na ficção da
obra.
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