2ª etapa Grande Rota do Ceira: Segade a Serpins

 


Iniciamos junto à Estrada da Beira, na Taberna Velharias e seguimos em direção ao rio Ceira pelas ruelas estreitas da localidade de Segade. 

Atravessamos uma ponte suspensa e seguimos ao longo do rio, chegando a um bonito açude, onde, no verão, funciona a Praia Fluvial de Segade. 




Os caminhos rurais não seguem o rio, então optamos pela estrada ER 17-1 e depois seguimos por uma cortada,  afastando-nos do rio e percorremos um caminho de terra entre eucaliptos e acácia


Enquanto caminhávamos entre as árvores, espreitávamos o Ceira, cujo causal foi engrossado pelas chuvas da madrugada.



Passamos pela localidade de Fundo da Ribeira, onde se destaca a Fonte Velha, construída em 1935, que ainda hoje é utilizada pela população local como fonte de água potável.


Além disso, a ribeira que passa pela localidade é um dos pontos de interesse, com uma bela paisagem natural e pequenas cascatas. 


Continuamos pela estrada sem movimento. Tentamos seguir um trilho pela floresta, mas a vegetação já tinha fechado o antigo percurso


No entanto, se tivéssemos forçado, encontraríamos uma saída. Cortamos mais à frente por um caminho de terra, onde reencontramos a saída do trilho anterior. 



Seguimos em direção ao Ceira e encontramos alguns cruzamentos no caminho florestal.


Chegamos a algumas casas e à rua do Pisão, atravessando uma ribeira e subindo por uma estrada estreita. 


Ao chegar à estrada principal, cortamos por um caminho de terra e pelas alminhas, mas tínhamos de retornar à estrada por um trilho improvisado, mas acessível. 



Reencontramos o Ceira e as trilhas PR13 de Foz de Arouce e PR 11 Rota dos Obeliscos. 

 

Pequenas cascatas originadas pelos açudes acompanham-nos ao longo da estrada, e paramos para uma pausa no restaurante Carocha, em Foz de Arouce, que é um popular ponto de paragem para quem faz caminhadas na região


A localidade é atravessada pelo Rio Arouce e pelo Rio Ceira, que se encontram um pouco mais à frente. 



A Foz de Arouce é conhecida pela sua beleza natural e pelas suas tradições históricas, tendo sido o palco de importantes eventos durante as Invasões Francesas, como o Chão da Cruz, local onde ocorreu o combate de 1811. 


Seguimos em direção ao rio e à ponte, ao lado do parque ribeirinho, onde também encontramos o Percurso Interpretativo do Vale do Ceira.


Este percurso permite explorar e conhecer a riqueza natural e cultural do Vale do Rio Ceira, que atravessa paisagens naturais e culturais únicas, como açudes, moinhos, ribeiras e florestas, permitindo ao visitante conhecer a biodiversidade e o patrimônio histórico e cultural da região.

O percurso possui diversas placas interpretativas ao longo do trajeto, que fornecem informações sobre a flora, fauna, geologia e história da região. 



Chegámos à foz do rio Arouce, também conhecido como ribeira de São João, que é um curso de água que nasce na Serra da Lousã, e desagua no rio Ceira.


Após contornar o caudal da sua foz e atravessar a ponte, viramos logo à esquerda na Rua do ACM.

Fomos novamente ao encontro do rio e seguimos ao longo de sua margem, até a ponte da EN 236. 



Continuamos junto à margem em um trilho com alguma dificuldade, causada pela vegetação de silvas


Passamos por viveiros de árvores acompanhando o Ceira. Decidimos abandonar as margens e voltar ao caminho, com a autorização prévia para atravessar terrenos privados. 


Ficou a opção de continuar pela margem até a localidade de Ceira dos Vales, um percurso a considerar na próxima vez



Atravessamos a localidade, que tem uma população reduzida e de características rurais.


Mais à frente avistamos Casal de Ermio, conhecida por suas casas em xisto, com uma população agrícola e a economia local é baseada na produção agrícola e na exploração florestal.


É muito conhecida a sua praia fluvial da Bogueira, com Bandeira de Praia Acessível e Bandeira Azul.


Casal de Ermio é a mais pequena freguesia do concelho da Lousã. 


Decidimos não passar a ponte para a localidade, subindo para a Serra da Boiça. No entanto deve-se considerar a hipótese de ir por Casal de Ermio e seguir até Boque, podendo apanhar mais alcatrão.



A Serra da Boiça é caracterizada por um terreno acidentado com vários cumes e vales. A vegetação predominante na serra é composta por matas eucaliptos e acácias, substituindo as espécies nativas como o carvalho e o castanheiro.

Tentamos ir mais junto ao rio, mas o canal da central hidroelétrica e as propriedades privadas cortaram o caminho, tendo de continuar pela serra entre acácias e eucaliptos. 


Avistamos a aldeia de Boque, que é constituída por algumas ruas estreitas e sinuosas, onde se podem encontrar casas típicas em pedra.


Na aldeia, é possível visitar a igreja matriz, do século XVII, e a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. 


 
A aldeia de Boque é famosa pela sua gastronomia, onde se destacam pratos como o cabrito assado, o arroz de cabidela ou a chanfana.


Um pouco depois chegamos às imediações de Serpins, onde encontramos o rio com um bonito açude. 



Não atravessamos o Ceira continuando pela estrada, por baixo da antiga linha do comboio do ramal da Lousã.


Passando pela localidade de Alcaide, em direção á Ponte Nova de Serpins, por caminho rural paralelo ao rio. 

A Ponte Nova foi construída em 1661, sendo ainda visível o conjunto dos restos dos pilares da ponte medieval, a Ponte Velha, como é conhecida na região, cuja origem poderá eventualmente remontar ao período da Romanização.


Entramos finalmente em Serpins, sendo um dos mais antigos aglomerados populacionais do concelho com referências escritas datadas de 943. 


Foi sede de concelho com foral de D. Manuel I de 27 de fevereiro de 1514, e extinto em 1836. 

Na localidade de Sepins, na Rua dos Moinhos, encontramos as marcas da Grande Rota do Vale do Ceira (GRVC) o que vai facilitar os percursos das próximas etapas. 



 Distância - 20,7 km



 




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