Caminhos de Peregrinação - 1 / Coimbra - Condeixa


Caminhos de Peregrinação - 1

Uma tentativa de análise de percursos entre Coimbra e Fátima
Rota Carmelita - Vs. - Caminhos de Fátima / Santiago

Etapa de Coimbra - Condeixa-a-Nova


O site sobre a Rota Carmelita refere o seu inicio no Carmelo de Santa Teresa e percorre o concelho de Coimbra passando por locais onde a natureza e a religiosidade prometem envolver o peregrino.

O percurso apresenta três opções, sendo uma pela Mata do Jardim Botânico (cujo horário é limitado) e a outra pela Couraça de Lisboa, com uma bonita vista panorâmica.
Na terceira opção, é referido no portal que, após a travessia do rio Mondego em direção a Santa Clara, inicia-se a subida da Calçada da Rainha Santa até ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. No entanto não encontrámos qualquer sinalética da Rota Carmelita a indicar esta terceira via, o que é pena, pois é um dos locais de maior religiosidade e com uma paisagem deslumbrante.


Por outro lado, as setas azuis do Caminho de Fátima apontam para a Calçada da Rainha Santa até ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, onde está um Albergue de Peregrinos e é possível carimbar a Credencial.


Assim, constatámos que as rotas divergem depois de cruzar a Ponte de Santa Clara, junto ao Portugal dos Pequenitos. A Rota Carmelita continuidade ao percurso pela movimentada “antiga estrada de Lisboa” e o Caminho de Fátima segue pela Cruz dos Mouroços, Cernache, Orelhudo e Condeixa-A-Nova.
O Caminho de Fátima surge-nos como uma boa alternativa, pois segue sempre pelos locais com menos trânsito, com boa segurança para os peregrinos, dando primazia ao campo e aos percursos pela natureza. 
No entanto, algumas das setas azuis já perderam a cor, precisando de ser reavivadas, para ajudar a orientação do peregrino.

O inverso Caminho de Santiago está bem sinalizado, com marcação adequada. Alguns azulejos com as vieiras já sofreram vandalismos, necessitando de ser substituídos. 
Embora seja um percurso mais rural e por vezes um pouco isolado, convida à meditação e à atenção plena, enquanto prática contemplativa. Mas é frequente cruzarmo-nos com outros peregrinos, o que anima a etapa e a troca de experiências.  

A Rota Carmelita ao seguir pela antiga estrada de Lisboa, passando no Miradouro do Vale do Inferno, por Antanhol, Cernache, Orelhudo e Condeixa-A-Nova, acaba por passar nas mesmas localidades optando pelo asfalto em detrimento da natureza. 
O percurso está muito bem marcado, com excelente sinalização e informação.

Mas ao ser sempre efetuado por estrada, com um trânsito considerável nas chamadas horas de ponta, muitas vezes sem bermas, coloca em perigo os peregrinos que a percorrem.
Neste troço entre Coimbra e Condeixa, a Rota Carmelita não é uma alternativa segura! 

O Caminho de Fátima (setas azuis) é a rota recomendada durante este percurso, pois oferece uma maior segurança e privilegia o contacto com a natureza. Ao passar nas mesmas localidades, permite igualmente que aos peregrinos tenham apoio automóvel.

Seria muito bom que, a excelente sinalização da Rota Carmelita, transitasse para o percurso já delineado pelo Caminho de Fátima – o bem-estar dos peregrinos seria compensado com um nível de segurança acrescido.
Não convirá dar razão ao provérbio popular que diz “casa roubada, trancas à porta”, sendo urgente a sensibilização para a segurança nos Caminho de Fátima / Santiago, sem que seja necessário dar-se uma tragédia que altere as mentalidades.

A Rota Carmelita ainda é recente e seria vantajoso alterar troço entre Coimbra e Condeixa-A-Nova.



Comentários

  1. Muito interessante, desde 2018 que sento a necessidade de fazer o Caminho, como sou do Alentejo, não há muitas rotas, como no início do ano surgiu um problema de saúde penso que este Caminho pode ser uma boa alternativa aos que tenho disponíveis desde a minha terra e com a mesma distância. Fiz o Caminho de Santiago em 2017, mas o bloqueio esquerdo, talvez até seja mais um factor psicológico, está a atrasar a minha ida a pé a Fátima.

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