4ª etapa Grande Rota do Ceira: Cabreira a Góis - novembro, 2023

 


4ª etapa Grande Rota do Ceira: Cabreira a Góis

Iniciamos esta parte da Grande Rota do Vale do Ceira na localidade de Cabreira, devido a considerações logísticas de transporte, visando chegar ao ponto final da etapa anterior, na vila de Góis.


A aldeia de Cabreira é um intrincado labirinto de ruas estreitas, caracterizado por casas de xisto, e encontra-se isolada por uma cadeia de serras, cuja barreira foi apenas rompida nas últimas décadas.


Durante a década de quarenta do século passado, as Minas de Volfrâmio foram a principal fonte económica desta localidade, empregando muitas pessoas.

Assim, partimos da Cabreira, iniciando a nossa jornada a partir do largo da aldeia em direção às marcações no lugar de Ponte Velha.

Nas imediações deste lugar, encontramos cerca de duas dezenas de construções pequenas, em xisto. 


O rio Ceira, que antigamente impulsionava um lagar e um moinho, hoje proporciona o cenário encantador de uma praia fluvial, com o rio serpenteando sob uma bonita ponte de pedra.


O trajeto acompanha o curso do rio, atravessando a ponte e seguindo por um trilho encantador que, com as recentes e abundantes chuvas, começou a ficar mais fechado devido à queda de algumas árvores e ao crescimento da vegetação circundante.


Continuamos a nossa subida através de um bosque
repleto de belos carvalhos até chegarmos ao Tarrastal.


Vale a pena fazer uma
pausa para explorar esta pequena aldeia, que possui encantadoras casas construídas em xisto e está situada no coração da serra.



Desde 1992, a aldeia não tem habitantes permanentes, no entanto, diversas atividades foram desenvolvidas para impulsionar o turismo na região, trazendo novamente vida a este local pitoresco.


Avançamos desfrutando da vista para um vale adornado com vegetação autóctone nas encostas, além de uma deslumbrante e diversificada galeria ripícola. 



Nessa área, encontram-se espécies de fauna e flora cruciais para as anteriores atividades tradicionais dos habitantes locais. Entre elas, destacam-se carvalhos, castanheiros, cerejeiras, oliveiras, pinheiros e sobreiros. Nas áreas mais húmidas e em altitudes superiores ao rio, encontramos amieiros, azereiros, azevinhos, freixos, loureiros e salgueiros, muitos já cobertos de silvados.



Outrora, esta riqueza natural contribuiu significativamente para a vitalidade da região e para as práticas tradicionais da comunidade.

 


Chegamos ao alto de um promontório por cima do rio Ceira, onde entramos na localidade de Folgosa, passando junto da Capela de São Simão.



Com registos que remontam ao censo de 1527, a Folgosa figura como uma das localidades mais antigas do concelho.



No passado, a sua prosperidade foi impulsionada pela sua posição ao longo de uma antiga rota comercial.



Hoje, ao percorrermos as suas ruas tranquilas e casas vazias, testemunhamos a história desta aldeia outrora movimentada.



Iniciamos uma longa descida em direção às proximidades do rio Ceira.



O percurso continua paralelo ao rio, mas numa cota superior, onde avistamos a Central Hidroelétrica de Carcavelos que foi construída, com o objetivo de fornecer energia elétrica a uma fábrica de papel existente em Góis. A produção de energia foi mais do que suficiente para a produção de papel, pelo que o seu proprietário optou por ceder o excedente à vila de Góis, antes mesmo da capital de distrito Coimbra ter acesso a energia elétrica.



Continuamos em direção á aldeia de Carcavelos. Não chegamos a entrar na localidade, seguindo uma placa com indicação de Fragas.


Após uma íngreme descida reencontramos o rio Ceira, com um abundante caudal, proporcionando bonitas imagens de cascatas.



Seguimos junto ao rio, num percurso que exige algum cuidado, nomeadamente com a distração que a bonita paisagem exerce.



Passamos junto a antigos moinhos, nomeadamente o de Pego Escuro, onde existe uma praia fluvial e um bar.



Continuamos por passadiços ribeirinhos até Góis, terminando na Ponte Real, mandada edificar por D. João III, em 1533.



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